Nesta semana a Câmara Municipal de Araras promove atividades em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro. Na segunda-feira (18) acontecerá a abertura de exposição de leis municipais instituídas a partir de 1888, ano em que ocorreu a extinção da escravatura no município, até os dias atuais.
Na exposição é possível conferir a história do movimento abolicionista em Araras. A principal figura responsável pelo movimento foi Lourenço Dias, que abrigava em sua residência os escravos fugidos, chegando a ter mais de 400 indivíduos. Conforme pedidos de fazendeiros, Lourenço intermediava a volta para as fazendas mediante melhorias nas condições de trabalho e de vida.
Em 1887, a Câmara Municipal, por indicação do vereador José Alberto Machado, criava o Livro da Redenção, destinado a receber as assinaturas das pessoas que quisessem contribuir com qualquer quantia em favor da libertação dos escravos. A Ata que consta a indicação do vereador também pode ser conferida na exposição.
Em 8 de abril de 1888 mais de um mês antes da promulgação da Lei Áurea (sancionada em 13 de maio de 1888), Araras já tinha livre seu último escravo e a ação de Lourenço Dias se apresentava como a maior responsável pela liberdade do negro na cidade e nos municípios vizinhos.
A convite de uma comissão popular, a Câmara Municipal presidiu os festejos da liberdade, que para esse fim reuniu em sessão extraordinária com pronunciamento do seu presidente Inácio Ubaldino de Abreu.
Os visitantes poderão conferir também na exposição a leis instituídas no município como a que dispõe sobre a obrigatoriedade de observação da diversidade étnico-racial para as publicidades da Administração direta e indireta, além da lei que cria o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra em Araras.
O dia 20 de novembro foi instituído em Araras por meio da lei nº 4.258, de 2 de julho de 2009, de autoria do vereador Breno Cortella, atual presidente da Câmara, foi sancionada pelo então prefeito Pedro Eliseu Filho. A Semana Municipal da Consciência Negra foi criada através da lei nº 3.981, de 19 de abril de 2007.
Sessão Ordinária
Ainda na segunda-feira (18), antes da 42ª Sessão Ordinária que terá inicio às 20h, será possível acompanhar a apresentação do Grupo de Capoeira Moriá Brasil, tendo como responsáveis o mestre Samuray e o monitor Cobra.
Durante 42ª Sessão Ordinária usará a Tribuna Livre o professor de história, agricultor familiar e militante do Movimento da Luta pela Promoção de Igualdade Racial, Elvio Aparecido Motta. O professor abordará o tema “Ferramentas de Gestão na luta pela Promoção da Igualdade Racial”.
Elvio também é secretário geral de comunicação da FAF/CUT-SP (Federação da Agricultura Familiar), coordenador nacional de habitação da Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar) e membro executivo da Ylê Asè de Yansã de Araras.
Sessão Solene
Na quinta-feira (21), às 19h30, acontece a Sessão Solene pelo Dia da Consciência Negra. A solenidade foi instituída através da resolução Nº 8 de 7 de dezembro de 2010 de autoria do ex-vereador Valdemir Gomes-Mami. A solenidade visa promover uma ampla reflexão sobre as condições dos afros descentes no passado, presente e futuro. Na ocasião serão homenageadas 11 pessoas que se destacam no município, indicados por cada um dos vereadores e vereadoras.
Cada um dos homenageados ganhará um exemplar de quatro publicações da Secretaria Estadual da Cultura, obtidas por intermédio da vereadora Anete Monteiro dos Santos Casagrande (PSDB). Os livros que entregues serão: “Nas Terras de Quilombo”, “Coletânea de Literatura Feminina Negra Louva Deus”, “Frente Negra Brasileira” e “Mulheres Negras”.
Publicado em: 18/11/2013 11:45:00
Publicado por: Imprensa